No
dia 30/06, a Frente Política entre o PSTU e a Construção Socialista (CS) vai
realizar a sua convenção e o ato político de lançamento da candidatura de Érico
Correa para prefeito de Porto Alegre, a partir das 15h no Plenário Ana Terra da
Câmara Municipal. Também serão apresentados nossos candidatos a vereador,
representantes das lutas e dos movimentos sociais, que defenderão as propostas
políticas da classe trabalhadora e da juventude, construídas no calor das
mobilizações!
Esse
é o espírito da pré-candidatura de Matheus Gordo, 20 anos, estudante de
História da UFRGS e membro da Secretaria Nacional de Juventude do PSTU. Temos
ido todas as quartas-feiras à Esquina Democrática para que nossos
pré-candidatos conversem com a população. Confira a entrevista com Matheus, organizada
pelo Blog do PSTU Gaúcho:
PSTU Gaúcho: Como tem sido a sua trajetória
no movimento estudantil/político e por que você foi escolhido para ser o
candidato da juventude do PSTU ?
Matheus: Iniciei minha participação no
movimento estudantil em 2008, quando estudava no Ensino Médio e estava no 3°
ano, durante as lutas contra a governadora Yeda. Na mesma época entrei para a
Juventude do PSTU e hoje faço parte da organização da nossa frente política com
a CS. Em 2009, passei na UFRGS, fiz dois semestres de Ciências Sociais, mas
depois troquei para Licenciatura em História. Participei da fundação da
Assembléia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL) em 2009 e atualmente sou membro
do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e representante discente no Conselho
Universitário da UFRGS. Também construo o Movimento Nacional Quilombo Raça e
Classe em conjunto com jovens e trabalhadores negros ligados a CSP-Conlutas.
O
PSTU/A juventude do PSTU tem uma militância que se realiza durante os 365 dias
do ano. Estamos cotidianamente construindo as lutas da juventude contra a
opressão e por acesso pleno à educação e à cultura em oposição aos governos.
Nas eleições, eu acredito que é necessário apresentar uma alternativa política socialista,
revolucionária e construída de forma coletiva com os movimentos sociais. A
injustiça social/racial que reina no Brasil não é diferente em Porto Alegre e
os jovens são os principais afetados sendo obrigados, na maioria das vezes, a
abrir mão dos seus sonhos para se contentar em “apenas” sobreviver nessa
sociedade desigual. Não queremos ficar só no “blá-blá-blá”. Faremos uma
campanha para fortalecer as lutas que estão rolando como a Greve Nacional em
defesa da Educação que já paralisa docentes, técnico-administrativos e
estudantes do Brasil inteiro. Vamos pautar a necessidade de uma transformação
social radical em Porto Alegre.
PSTU Gaúcho: A juventude do PSTU sempre
traz à tona nas eleições temas polêmicos e pautas pouco abordadas pelas outras
candidaturas. Quais serão as principais propostas e discussões que você irá
apresentar nessa eleição?
Matheus: Na realidade temas polêmicos,
como a legalização da maconha, são os debates que os jovens fazem todos os
dias, mas que não tem espaço na mídia e não interessam a velhos políticos e
partidos do poder. Em primeiro lugar, minha campanha será diferente, pois não
vamos apresentar “soluções milagrosas” para a juventude como fazem todos os
candidatos. Iremos apresentar no rádio, na TV e em nossos materiais a
verdadeira realidade da capital, afirmando que um jovem vereador revolucionário
na Câmara pode cumprir um papel importante denunciando para a população as falcatruas
dessa falsa democracia, fortalecendo a organização dos jovens e sendo um
porta-voz e um ponto de apoio das mobilizações e ações diretas, que são a única
forma de mudar a realidade.
Vamos
denunciar a situação da juventude negra, vítima do racismo e da violência policial,
que é privada do acesso à educação básica e superior. Vamos defender a
juventude LGBT pautando a criminalização da homofobia e o fim do desrespeito da
prefeitura, que manda a polícia ameaçar os frequentadores dos bares na Cidade
Baixa. Queremos discutir a questão da legalização e descriminalização do
aborto, além de propostas para dar um fim à violência machista na capital, pois
infelizmente cresce o número de jovens assassinadas por aqui. Vamos propor a
prisão dos corruptos e corruptores, mandatos revogáveis na Câmara e que nenhum
político receba mais que um trabalhador comum. Enfim, a “nossa cara” são as
propostas radicais!
PSTU Gaúcho: O que significa fazer uma
“campanha diferente” e como será organizada?
Matheus: Uma “campanha diferente” nos
dias de hoje é sinônimo de uma campanha independente! Temos orgulho de ser a
única frente política que não aceitará dinheiro das empresas, pois até o PSOL
já naturalizou essa prática. Hoje os parlamentos são verdadeiros “balcões de
negócios” e isso começa nas campanhas, quando as empresas financiam os partidos,
que elegem seus prefeitos e vereadores com o discurso de que são representantes
do povo e dos jovens, nada mais mentiroso! Sabemos que “quem paga a banda
escolhe a música”, por isso vemos corrupção e políticos que governam somente
para os ricos. Nós temos um perfil, que é o da classe trabalhadora, portanto organizaremos
tudo com o empenho da nossa militância e dos apoiadores. Ninguém vai receber
dinheiro para fazer campanha, diferente de como será nas candidaturas de
Manuela , Fortunatti e Villaverde.
PSTU Gaúcho: E como entrará o debate sobre
o socialismo? Muitas vezes ele é tratado como utopia ou é identificado com quem
está já está no poder, como Manuela. O que você pensa sobre isso?
Matheus Gordo: É um tema importante. As
propostas e a forma de organizar a campanha são a materialização do nosso projeto
político, ou seja, vamos defender o programa socialista aplicado aos problemas
concretos da vida das pessoas. Esse programa é a expressão das necessidades de um
setor da sociedade constituído pela classe trabalhadora, pela a juventude e pelo
povo oprimido, ou melhor, os 99% que eram a referência do Ocuppy Wall Street. Não
há como ser socialista e defender aliança com o PP de Maluf e de Ana Amélia,
assim como o PC do B e o PT; não há como ser socialista e reprimir com
violência quem pede aumento salarial ou protesta por mais verbas para a
educação; não existe socialismo massacrando comunidades quilombolas e ocupações
populares como o Pinheirinho; enfim, não existe socialismo governando com
bancos, multinacionais e latifundiários. Dilma e a sua base, que inclui Manuela
e Fortunatti, comemoraram na última semana que nosso país chegou à marca de 165
mil milionários. No entanto, o Brasil tem quase 200 milhões de habitantes e o
restante da população como está?
Esses
aí não representam o socialismo, apenas sujam essa bandeira e fortalecem a
falsa ideia da utopia! Acredito que o socialismo não é uma utopia. Acho que utopia
é acreditar na possibilidade de que a gente possa resolver os graves problemas
sociais por dentro do capitalismo, o mesmo sistema que gerou esses problemas. O
socialismo não é só possível, como é a única alternativa contra a barbárie que
vivemos dia-a-dia e a juventude é fundamental na construção dessa alternativa,
por isso deve estar junto com os trabalhadores! O que está acontecendo na
Europa, no norte da África e no mundo árabe é a prova de que o povo na rua pode
transformar a realidade. O socialismo deve ser identificado com esses processos
e nossa referência esta aí, pois queremos o povo controlando o sistema político
e econômico de fato!
PSTU Gaúcho: Já que estamos no início da
campanha, em vez de pedirmos uma mensagem final, gostaríamos de suas palavras
iniciais aos internautas, jovens e
trabalhadores da capital!
Matheus: É apenas o começo mesmo.
Aliás, utilizaremos bastante à internet nessa campanha, já que ela é um meio de
comunicação democrático, diferente da TV e do rádio, onde somente os partidos
da elite aparecem. Desde já quero chamar todos os jovens que participam do movimento
social para construir a nossa plataforma política e participar das discussões
da Frente Política PSTU/CS. Essa frente é a grande novidade da esquerda gaúcha
e já cumpre um papel muito importante nas lutas de diversas categorias como os
professores do estado, os metroviários, os bancários, os trabalhadores do setor
da informática e um longo etc. Convoco todos àqueles, que acreditam que é
possível construir uma nova sociedade, a conhecerem a frente e apoiarem a pré-candidatura
de Érico Correa para a prefeitura da capital. Faremos
uma campanha limpa, em todos os aspectos, mas acima de tudo, uma campanha “pra
cima” e muito militante. Conto com o apoio de geral!