Os servidores estaduais acordaram
na manhã deste sábado com uma péssima notícia. Foi possível ver no extrato
bancário que mais uma vez o Governo Sartori (PMDB) vai parcelar os salários.
Dessa vez, o parcelamento atinge o conjunto do funcionalismo público estadual e
o valor depositado será de R$ 600, menos que o salário mínimo. Essa
decisão instaura o caos na vida de milhares de famílias do estado, pois para
pagar as contas e sobreviver, trabalhadoras e trabalhadores dependem dos seus
salários.
Diante desse ataque devemos
fortalecer a greve de quatro dias convocada pela Coordenação dos Servidores
Estaduais que começa nesta segunda-feira e fazer uma grande mobilização
unificada que pare de fato o Rio Grande do Sul. No entanto, compreendemos que
somente uma greve geral dos servidores estaduais por tempo indeterminado pode
derrotar o parcelamento dos salários e os projetos de ajuste fiscal de Sartori.
Existe possibilidade de construir essa greve, a força dos 35 mil que marcharam
pelo Centro de Porto Alegre no histórico dia 18 de agosto comprova a disposição
de luta da categoria, mas falta vontade política da direção do movimento. O
momento exige que sejam convocadas assembleias de todas as categorias que
sofrem com os ataques para iniciarmos a greve geral.
Precisamos de uma paralisação
ativa para que o movimento sindical, estudantil e popular dispute realmente a
consciência do povo gaúcho e apresente uma saída classista à crise. É a hora de
parar os locais de trabalho e tomar as ruas, impulsionando uma ampla campanha
política contra o ajuste de Sartori e também os ataques de Dilma, da oposição
de direita e o Congresso Nacional, para unificar as pautas da classe
trabalhadora, da juventude e do povo negro e pobre. Não temos tempo a perder.
Nas próximas duas próximas semanas entrará em pauta na Assembleia Legislativa
temas como a reforma da previdência que vai atacar o IPE e o aumento dos
impostos que atinge o conjunto da população trabalhadora.
Não pagar a dívida com a
União para pagar os servidores! Dilma, não bloqueie as contas do RS e
deixe de pagar a dívida externa!
Sartori e seus aliados,
especialmente a RBS, tentam convencer o povo gaúcho que não existe outra saída
para a crise das finanças públicas. Em recente entrevista para a Zero Hora,
Giovani Feltes, Secretário da Fazenda, afirmou que a aplicação do ajuste no
primeiro semestre decepcionou a equipe do governo e os empresários, pois eles
pretendiam ir mais a fundo nos ataques. Não podemos pagar a conta de uma crise
não é nossa. É justo que o estado pague R$ 280 milhões por mês de uma
dívida que já foi paga e continua crescendo, e ao mesmo tempo deixe de pagar os
seus servidores, não repasse as verbas para a educação, saúde e segurança? A
prioridade de governantes como Sartori e Dilma é pagar a dívida para os
banqueiros em vez de priorizar a população. Esse modelo tem mostrado seu
esgotamento e é o motivo dos ajustes fiscais em curso. É preciso garantir os
privilégios de uma minoria em vez de beneficiar o conjunto da população.
A crise no Rio Grande do Sul abre
um debate fundamental e a possibilidade de construirmos uma saída estrutural
que de fato resolva o problema das finanças públicas. Em nossa opinião, não
existe outra solução a não ser suspender imediatamente o pagamento da dívida
interna e realizar uma auditoria de toda a dívida e seus contratos. Junto a
isso defendemos acabar com as isenções fiscais que significam 13 bilhões reais
a menos para o Rio Grande do Sul. Somente assim poderemos de fato priorizar a
saúde, educação, transporte, segurança pública e garantir direitos sociais
beneficiando os trabalhadores e a juventude.
Também defendemos a ruptura com a
dívida a nível nacional, que consome hoje cerca de 45% do orçamento da União.
Neste sentido, somos contra o bloqueio das contas do estado pela União para
garantir o pagamento da dívida externa. Joaquim Levy, Ministério da Fazenda, já
comunicou que irá bloquear novamente as contas do Rio Grande do Sul caso ocorra
o atraso no pagamento dos juros e da parcela da dívida. O Governo Dilma (PT)
alega que não pode prejudicar as notas do Brasil perante as agências de risco
internacionais, mas pode massacrar a classe trabalhadora. Precisamos construir
uma grande campanha política contra o pagamento da dívida interna e externa.
Apoiamos o chamado da CSP
Conlutas a todas as direções do movimento sindical (CUT, CTB, Força Sindical),
as organizações políticas (PT, PCdoB) e também o MST, para que façamos uma
grande greve geral unificada dos servidores estaduais, com a capacidade de
derrotar as políticas de ajuste fiscal e o parcelamento dos salários.
Sábado, 29 de agosto de 2015
Direção Estadual do PSTU RS