Por Matheus Gomes - Direção Estadual do PSTU RS
Já fazem dois anos. Não tenho como esquecer daquela manhã de terça-feira quando fui surpreendido pela Polícia Civil e tive minha casa invadida. Como nos tempos da ditadura, mas dessa vez com um amparo legal para tentar justificar o injustificável. Ameaçaram arrombar minha porta, foram ao local de trabalho do meu pai, perguntaram por drogas, armas, mas só levaram meu notebook, livros e textos marxistas considerados subversivos, até hoje não vi a cor de nada. Nos expuseram na mídia como criminosos. O Jornal Nacional marcou nossos rostos como faz com traficantes e estelionatários, tudo para desmoralizar os movimentos sociais e tentar apagar a chamar acessa em junho de 2013. Depois disso sofri ameaças da Brigada Militar, fui recebido com policiais armados em frente a minha casa, apresentado ao Exército como um dos alvos do período da Copa, mas não abaixei minha cabeça.
Construímos uma campanha nacional e internacional. Nosso caso foi levado a Corte Interamericana dos Direitos Humanos da OEA, moções de solidariedade vieram da Europa, América Central, até do Irã. Também denunciamos no Senado Federal a perseguição aos movimentos sociais. Fomos as bases das universidades, escolas e locais de trabalho, recolhemos quase 10 mil assinaturas em nossa defesa. Fizemos um ato nacional de entidades sociais e organizações políticas em Porto Alegre, recebemos o apoio de juristas, artistas e da população que nos reconhecia nas ruas. Nas eleições a Juventude do PSTU levantou essa bandeira e minha candidatura recebeu mais de 11 mil votos, o 25° mais votado em Porto Alegre. Certamente eles não esperavam essa reação. Mas não descansaremos até a nossa completa absolvição.
Foi sob o governo de Tarso Genro que isso aconteceu. Foi sob a tutela de Dilma que leis autoritárias voltaram a legislação. O Estado Democrático de Direito não existe pros movimentos sociais, o povo pobre e preto no nosso país. A batalha que travamos é pelo fim da perseguição a quem ousa lutar contra as desigualdades do sistema, é pelo direito ao futuro de quem é oprimido e explorado a cada dia. Não nos calaremos, gritaremos mais alto!
Já chegou a hora de parar com eeses protestos que apenas prejudicam os trabalhadores de Porto Alegre. Por favor se querem o apoio poupular vão protestar na avenida beira rio ou na Nilo Peçanha, mas não num bairro pobre e familiar como são o centro e cidade baixa. Voces prejudicam quem pode apoiar voces.
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