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Princípios e Funcionamento



1. PRINCÍPIOS

A mobilização permanente dos trabalhadores

Não é por acaso que as bandeiras do PSTU são as mais vistas com muita freqüência nas mobilizações dos trabalhadores e jovens em todo o país. Nós apoiamos as greves e estamos em sua linha de frente. Apoiamos as ocupações de terra, assim como as ocupações de prédios públicos.

O PT que foi formado a partir das grandes greves da década de 80, hoje se afasta destas mobilizações. Como toda a estratégia da direção do PT está voltada para as eleições, busca freiar todas as lutas diretas dos trabalhadores. A preocupação do PT é se desvencilhar do passado das greves, e em particular das ações mais radicalizadas. A direção da CUT está também cada vez mais distante das bases e das lutas, com suas estratégias de parceria com as empresas. Nas cidades e estados em que o PT está no governo, as mobilizações se chocam diretamente contra este partido. Em muitas, os governos petistas recorrem diretamente a uma violenta repressão.

Nós defendemos todas as lutas dos trabalhadores e jovens, inclusive o direito das massas de utilizar ações radicalizadas contra a burguesia e o governo. Isso é muito diferente das ações ultras de setores de vanguarda descolados das massas, que só enfraquecem as mobilizações. Quando as massas dos professores se decidiram a fazer uma assembléia em frente ao Palácio do Morumbi, enfrentando Covas e a sua ameaça de repressão, estavam fazendo uma ação radicalizada de massas, assim como os sem terras ao ocupar uma fazenda.

A direção do PT se horroriza com estas ações radicalizadas, porque elas se chocam com setores mais acomodados da classe média. Nós, ao contrário, defendemos as lutas das massas e seus métodos radicalizados.

Independência de classe

A sociedade está dividida irremediavelmente em classes sociais, com os patrões de um lado e os trabalhadores de outro.Os patrões querem ampliar a mais valia que retiram dos trabalhadores, e estes querem aumentar seus salários e melhorar suas condições de trabalho. Os burgueses querem manter a exploração capitalista, que é a base de sua sobrevivência enquanto classe; os trabalhadores necessitam- embora ainda não tenham consciência disso - derrubar a exploração capitalista, como única forma de resolver seus problemas mais básicos.

A direção do PT é a responsável por um retrocesso no nível de consciência dos trabalhadores. No período do grande ascenso grevista da década de 80, existia na grande massa de trabalhadores uma consciência classista bem marcada: trabalhador é trabalhador, patrão é patrão. Esta consciência não vinha apenas dos choques diretos nas greves, mas de todo o processo político. Nas primeiras eleições, o PT se apresentava com o slogan "trabalhador vota em trabalhador". Desde o início da década de 90 , a direção do PT abandonou o classismo, a passou ao defesa da cidadania: "Todos somos cidadãos", o que inclui os trabalhadores e os patrões.

Este é o discurso tradicional da burguesia para mascarar as diferenças de classe da sociedade dominada por ela. Não somos "todos cidadãos". Existem cidadãos da burguesia que controlam a sociedade, estão acima da justiça. Existem "cidadãos" trabalhadores explorados pelos "cidadãos" burgueses.

Juntos da defesa da cidadania a direção do PT e PCdoB também defendem a ideologia da Frente Popular. Com a argumentação de que é preciso "ampliar" o apoio na sociedade, e ganhar as eleições estes partidos defendem as frentes eleitorais com os partidos burgueses como o PDT, PSB, PL, PMDB etc.

Realmente é preciso ampliar o leque de apoio dos trabalhadores urbanos, mas buscando a aliança dos setores explorados da cidade e do campo. A frente popular "amplia" para o lado da burguesia. De aliança em aliança, quanto mais "amplo" é o acordo, mais restrito é o programa.

Nós seguimos defendendo o classismo, a independência de classe, tanto nas lutas diretas dos trabalhadores como nas eleições.

Socialistas e revolucionários

Nossa concepção de socialismo é radicalmente distinta das ditaduras stalinistas do leste europeu, confundidas propositalmente com o socialismo. Estas sociedades tiveram avanços importantes na solução de problemas básicos dos trabalhadores -como a miséria, a saúde e educação- ao terem sido expropriadas as grandes empresas. Mas mas foram dirigidas pela burocracia stalinista que reprimia os trabalhadores em defesa de seus próprios interesses materiais.

A derrubada destas ditaduras por grandes mobilizações de massas foi um avanço importante do processo revolucionário. No entanto o retrocesso na consciência das massas provocado pelo stalinismo possibilitou que o imperialismo, aliado a setores da própria burocracia, conduzissem este processo para a a restauração do capitalismo nestes países , o que já um fato consumado. As grandes conquistas do passado estão se perdendo com a restauração nestes países, que pouco a pouco voltam a ser semicolonias do imperialismo.

O PCdoB até hoje apóia o regime chinês, uma ditadura stalinista que conduziu diretamente a restauração do capitalismo neste país.
Nós defendemos um novo Estado apoiado nas próprias organizações dos trabalhadores. Este Estado teria de se defender da contra-revolução burguesa, assumindo uma forma de democracia ampla para os trabalhadores e uma ditadura dos trabalhadores sobre a burguesia.

Também nada temos a ver com a social-democracia, cujo maior representante no Brasil é o PT. A social-democracia européia dirige hoje a maioria dos países do MCE, e é o grande sustentáculo dos planos neoliberais na Europa. Por vezes inclui algumas compensações sociais, bem ao estilo do plano do PT para o governo Lula.

Somos socialistas revolucionários, porque não acreditamos que poderemos chegar um dia ao socialismo através das eleições. Só uma revolução social, feita pelas massas trabalhadoras, com o proletariado industrial como sujeito social, poderá derrotar o capitalismo, possibilitar a expropriação das grandes empresas capitalistas, e abrir o caminho para o socialismo a nível internacional.

Internacionalismo

Somos internacionalistas, porque não acreditamos no socialismo em um só país. A internacionalização da produção sob o capitalismo exige uma resposta também internacional. Não se pode avançar para o socialismo restringindo a evolução da economia nas fronteiras de um país. Não existem condições de superar o atraso econômico de um país como o Brasil somente com o nosso potencial interno, na medida em que a produção já parte de uma base mundial. Este fenômeno foi ainda mais ampliado com a globalização, que significou um salto na internacionalizaçao do capital.

O fracasso do "socialismo em um só país" da burocracia stalinista -ideologia que servia para a burocracia manter os acordos de paz com o imperialismo, enquanto dizia avançar para o socialismo na URSS - demonstrou uma vez mais a necessidade básica do internacionalismo como componente básico do socialismo revolucionário.

A revolução só poderá ter alguma viabilidade, na medida em que se generalizar a nível internacional. Uma revolução que terminar confinada em um espaço nacional estará condenada a limites estreitos de evolução, o que a empurra para a burocratização e a derrota. Por isto o PSTU não se dispõe a ser apenas um partido nacional, mas ser parte de uma internacional revolucionária. A LIT, nosso embrião de Internacional, é a concretização mais importante do internacionalismo.

Democracia operária

Nós somos defensores intransigentes da democracia operária. As burocracias sindicais estrangulam a participação e poder de decisão das bases para garantir os acordos com a burguesia. Não foi por acaso que o processo de burocratização da CUT se acelerou junto com o giro a direita da Articulação. Não foi por acaso que ocorreu o mesmo com o PT, que deixou de expressar as opiniões de suas bases, por exemplo em relação ao FORA FHC (amplamente majoritário em todos os Encontros Estaduais menos um, antes do Congresso nacional que votou contra esta proposta), para expressar os interesses dos setores parlamentares.

É através da livre participação das bases operárias, populares e estudantis que se pode aferir a vontade e capacidade de luta das massas. Por este motivo somos os defensores de que todas as decisões mais importantes dos sindicatos se dêem em assembléias e congressos. Por isto lutamos contra todo processo de burocratização nos sindicatos e outras entidades populares.

Contra toda opressão

O PSTU defende uma posição clara contra a opressão racial e sexual. Assume publicamente uma postura militante na defesa dos direitos dos negros, das mulheres e dos gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros contra a opressão, e busca trazer esta luta como parte específica e particular no seio do movimento anti-capitalista, aliando oprimidos e explorados.


2. FUNCIONAMENTO

Um partido militante

Enquanto os outros partidos são compostos por filiados, que na maioria das vezes fica apartado do cotidiano da organização, o PSTU é formado por militantes, que se reúnem semanalmente em núcleos, discutem sua política e atuação em determinada frente, como em uma escola, uma fábrica, uma repartição pública. O PSTU é um partido militante, que está no dia-a-dia da classe trabalhadora e da juventude e não apenas no período das eleições.

O núcleo é quem manda


Ao se decidir entrar para o PSTU, o ativista assume uma série de responsabilidades, com direitos e deveres. Entre eles está o de discutir e votar como será a atuação do partido, levar a política votada à sua frente de atuação, vender o jornal Opinião Socialista e cotizar mensalmente. Entre os direitos está o de votar e ser votado, tanto nas questões cotidianas como nos períodos de congresso ou conferência. Nos primeiros três meses, o ativista passa por um período de ‘aspirância’, em que deve cumprir os critérios de militância mas que ainda não tem o direito a voto, apenas consultivo. Ao final desse período, o núcleo vota a sua condição e, se aprovada sua integração ao partido, passa a ser um militante pleno.

Diversidade na discussão, unidade na ação

A democracia interna é um dos princípios pelo qual se organiza o PSTU. É o que permite, por exemplo, que o partido seja controlado pelos militantes, e não pelas suas figuras públicas, como ocorrem em outros partidos. Nos organismos do partido, a política é debatida com total liberdade e, ao final, as diferentes posições são votadas e os militantes aplicam o que for decidido pela maioria. Esse é o princípio do centralismo democrático e garante uma verdadeira democracia no interior do partido, e uma sólida unidade na atuação de seus militantes.

Filiado, militante e simpatizante

Você que é ativista, atua em algum movimento, seja sindical, popular ou estudantil, ou simplesmente concorda com o PSTU, mas não tem disposição ou condições ainda de militar no partido, pode nos apoiar de outras formas. Pode ser um filiado, que cotize financeiramente para manter o partido, participe das atividades do PSTU assine o nosso jornal Opinião Socialista ou simplesmente um simpatizante, que nos auxilie no cotidiano das lutas.