Já é lugar comum falar que o Movimento
Estudantil, o ME, passa por um momento de reorganização. Uma reorganização
objetiva, que independe de organizações e entidades e se dá, antes de tudo,
pela experiência dos estudantes no movimento estudantil.
É quando os estudantes estão em
movimento que as experiências são mais profundas, e trazem maiores conclusões.
Esse ano a UFRGS foi balançada pela Greve Nacional das Federais e não é errado
dizer que foi na FACED o centro da greve dos docentes. Esse elemento é
fundamental para análise das eleições para o DAFE.
Assim como na física, na política todo
movimento gera uma reação. As estudantes do DAFE ao se colocarem ao lado dos
professores e técnicos administrativos em greve e ao lado daqueles que defendem
a educação pública e de qualidade sabiam que os setores mais reacionários
buscariam dar uma resposta.
Tal elemento conjuntural não está acima
de elementos fundamentais que fizeram a gestão se dividir. Elementos comuns a
todo DA e CA, como balanço da atuação de integrantes da gestão e balanço de
atividades que não saíram da forma que devia. Balanços necessários, mas que
também não estão acima de um programa e política.
Nós da ANEL, fazemos o balanço e sabemos
de nossa responsabilidade por ser um dos maiores setores dentro da antiga
gestão, nunca nos eximimos desse fato. E mesmo com todas as dificuldades e
relações pessoais comprometidas fizemos um chamado as companheiras e
companheiros de luta da FACED para a construção de uma chapa ampla, de luta,
democrática e feminista que pudesse levantar alto a bandeira da greve, da
mobilização e organização estudantil.
Contávamos com isso que nessa nova
frente única pudéssemos de forma madura superar nossas desavenças e oferecer as
estudantes um DAFE de luta.
Mas infelizmente nem todos os setores de
esquerda responderam a esse chamado da forma que esperávamos e, no que foi uma
surpresa para nós, a Juventude LiBre (com quem compúnhamos uma unidade no DCE)
aliou-se com militantes e organizações do PT, UJS (PC do B) e próximo ao PDT -
ala Zacher - numa chapa constituída com o principal eixo sendo: “um DAFE que
não sirva para interesses de partidos, de coletivos ou de indivíduos” (item nº1
da Carta de Princípios), ou seja, um claro discurso reacionário muito usado
pelo DCE Livre em anos passados.
A estranheza a realidade de algumas
análises comparam DAs e CAs com histórias totalmente diferente de lutas e
militantes com o intuito furtivo e desonesto de tirar algumas conclusões e não
vêem que a unidade no DAECA está embasada num programa diferente da unidade
feita na FACED. A chapa do DAECA “Consciência Crírica”, da qual fazemos parte,
não foi constituída na negação da organização estudantil. Se houve um
deslocamento no DAECA, foi dos setores governistas para esquerda, e não dos
setores de esquerda para o governo, como no DAFE. Infelizmente, o setor a
esquerda da chapa de oposição, rebaixou seu programa e mostrou, na pratica,
seus métodos e concepções de movimento estudantil.
@s estudantes da Pedagogia fizeram sua
opção, de forma democrática escolheram um programa para o próximo ano e
respeitamos isso. Mas não ficaremos paradas, pois se é verdade que o DAFE tem
uma nova gestão, é verdade que, também, tem uma nova oposição!
Se o presente é de luta, o futuro nos
pertence!
Porto Alegre, 20 de dezembro de 2012
Juventude do PSTU