Todo ano a história se repete: a Prefeitura de Porto Alegre e os empresários de ônibus aproveitam as férias escolares e a dispersão dos estudantes e trabalhadores, para aumentar o preço da passagem. Isso acontece porque a maioria dos parlamentares, inclusive a prefeitura, têm as suas campanhas eleitorais financiadas pelos donos das empresas de transporte coletivo, que cobram a conta depois.
Em 2011 querem aumentar a tarifa dos atuais R$2,45 para R$ 2,70. Um completo absurdo.
Enquanto em Brasília os deputados federais e senadores aprovaram o aumento dos seus próprios salários em quase 62% e o da presidente Dilma em 133%, aos talhadores e estudantes deste país só lhes reservam ataques, como a aplicação da reforma da Previdência, os cortes no orçamento das áreas socias, já anunciados pelo Gov. Dilma, e o vergonhoso limite de R$ 545 para o salário mínimo. Sem contar que o preço dos alimentos se eleva a cada mês, as condições de trabalho estão cada vez mais flexíveis e os serviços públicos quedam, defasados.
Para se ter uma ideia, com a diferença do preço das passagens, paga em 1 ano por apenas um trabalhador, daria para comprar 88 Litros de leite, ou 90 Kilos de arroz, ou ainda 52 pacotes de feijão! Ou seja, com o aumento que vai apenas para o bolso dos empresários, daria pra comprar alimento e encher a mesa de muitas famílias trabalhadoras.
E não podemos esquecer que a elevação do valor das passagens de ônibus em Porto Alegre é, invariavelmente, seguida pelo aumento das tarifas intermunicipais. Outro absurdo, uma vez que o serviço prestado por estas empresas já é bastante precário e o deslocamento dos trabalhadores de outros municípios da Grande Porto Alegre para trabalhar na capital é de extrema importância para a economia da cidade bem como para o sustento de milhões de famílias da região metropolitana.
Nós, integrantes do Comitê de Luta Contra o Aumento das Passagens, nos posicionamos contra esta medida abusiva por parte da administração da cidade e dos empresários. Medida esta que insiste em colocar em segundo plano as condições de vida das trabalhadoras e trabalhadores da região em nome do lucro e dos interesses de uma minoria privilegiada.
Fonte: Comite de Luta Contra o Aumento das Passagens
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