22 de ago. de 2013

Ato de Solidariedade a Bruna lota Câmara de Vereadores de Canoas


Por Aline Costa - Jornalista

Cerca de cem pessoas lotaram a plenária da Câmara de Vereadores do município de Canoas/RS durante o ato público em solidariedade à jovem Bruna Frasson, 26 anos, que está presa injustamente em Barcelona – Espanha, desde o dia 23 de março. Ela é mais uma vítima do esquema mafioso dos Cruzeiros Marítimos que recrutam pessoas, geralmente mulheres jovens, para trabalharem em condições de semi-escravidão, humilhação, maus tratos e onde funciona um forte esquema de tráfico internacional de drogas.


Em apenas 6 meses trabalhando no navio italiano COSTA CRUCIERE, Bruna viu seus sonhos de juventude transformarem-se em pesadelo. A garota caiu na armadilha de um traficante que a enganou e que também foi preso, mas mesmo confessando diante do juiz que tinha posto a droga escondida na mochila da garota, ela não foi liberada pela justiça espanhola, nem terá direito a ser julgada individualmente, já que não teve culpa.
A jovem Bruna está sendo duplamente injustiçada, pois há fortes indícios de xenofobia no caso dela. Mesmo exercendo a sua formação em nutrição para trabalhar na cozinha da prisão, tendo bom comportamento, com uma família espanhola se dispondo a recebê-la em casa e com a atuação do Itamaraty para mediar sua situação, a justiça espanhola mantém a menina presa.

O esquema dos grandes cruzeiros, que não têm qualquer regulamentação ou fiscalização trabalhista, tal qual os maus tratos a brasileiros dados pelos europeus, também é um velho conhecido. Dentro das imensas e luxuosas embarcações onde a burguesia ostenta seu poderio econômico, também viajam trabalhadores e trabalhadoras que sofrem toda espécie de maus tratos. Algumas pessoas simplesmente desaparecem, como é o caso da Jovem Laís Santiago, 21 anos, tripulante do cruzeiro marítimo italiano Costa Mágica, que desapareceu no ano passado e até hoje não há notícias do corpo.

O fato é que as empresas detentoras das embarcações, as agências de viagens e os favoritismos prestados a grandes empresários, formam um esquema gigante que move a economia turística nos oceanos do planeta. Fruto do capitalismo selvagem que corrói a dignidade humana e explora os trabalhadores até não poder mais e depois os largam à margem dos injustos e preconceituosos julgamentos tão comumente praticados pelo império burguês europeu.

Nós do PSTU estamos totalmente solidários ao caso dessa jovem e junto com familiares e amigos exigimos que o governo brasileiro interceda pela garota para que ela possa voltar ao país e recomeçar a sua vida.
Liberdade para Bruna!!


19 de ago. de 2013

Plenária define paralisação do dia 30 de agosto

Por Aline Costa - Jornalista

CPERS, CSP Conlutas, Intersindical, CUT Pode Mais entre outros representantes sindicais se reuniram com os movimentos populares, estudantis e representantes do Bloco de Lutas na plenária de preparação para a grande paralisação do dia 30 de agosto. O encontro aconteceu na última sexta-feira (16/08) no auditório do CPERS e teve a adesão de todas as entidades que lutaram unidas na mobilização do dia 11 de julho, quando o Brasil parou para gritar um basta aos descasos do governo com a classe trabalhadora.

Na Plenária, todas as intervenções foram unânimes em convocar os trabalhadores para ir às ruas e uma reunião ficou marcada para o próximo dia 22/08, às 18h, no mesmo local, para organizar os últimos detalhes da mobilização.

Dia 30 está chegando. Os trabalhadores estão unidos. O Brasil vai parar!!







7 de ago. de 2013

A homossexualidade saiu do armário.



Por Anderson Castro, professor estadual e membro da Secretaria LGBT do PSTU-RS.

Félix (interpretado pelo ator Mateus Solano)
Na última semana o Brasil parou para ver o personagem Félix (interpretado pelo ator Mateus Solano) da novela da Globo Amor a Vida “sair do armário”. Na verdade ele foi jogado para fora do armário pela sua esposa Edith (interpretada pela atriz Bárbara Paz). No capítulo seguinte o drama se desenvolveu sobre a aceitação da família a essa notícia. Drama muito comum no cotidiano de muitas famílias brasileiras. Um tema antes tratado como tabu, hoje vem sendo discutido muito mais abertamente na sociedade e ganha ainda mais vigor ao ser tratado na telinha. Porém os homossexuais ainda têm muito a conquistar.

Em recente visita ao Brasil, o Papa Francisco fez uma declaração que foi interpretada por muitos como progressiva sobre o tema da homossexualidade. Ao declarar "Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?" caminhou no sentido da tolerância sobre o assunto. Mas, é preciso colocar que não há uma mudança nessa manifestação. A tolerância não indica aceitação. Pelo contrário, a igreja católica mantém sua posição de “perdoar o pecador, porém atacar o pecado”. Cabe lembrar que a igreja católica não é a única a entender a homossexualidade como pecado, muitas outras igrejas, com destaque as Evangélicas, vêm travado uma guerra contra os homossexuais.

Há muito direitos a se conquistar. Se por um lado, depois de muita pressão e mobilização do movimento LGBT, conquistou-se através do Supremo Tribunal Federal a possibilidade da União Civil entre casais do mesmo sexo, por outro, a violência contra homossexuais só aumentou nesses últimos anos. Segundo o Relatório de Assassinato de LGBT de 2012 do Grupo Gay da Bahia, umas das associações LGBT mais antigas do país, nos últimos sete anos houve um crescimento de 177% de mortes por motivação homofóbica no Brasil. Só no ano passado foram 338 homossexuais assassinados, o que significa uma morte a cada 26 horas. Esse foi um dos temas discutidos na audiência pública realizada com o Governador Tarso Genro (PT) no dia 30 de julho. As entidades presentes na audiência destacaram que já completa-se 10 anos de governo federal de Frente Popular e o Brasil é ano a ano recordista em assassinatos de homossexuais.

A exposição do tema da homossexualidade e do preconceito permite que ele seja tratado pelas famílias e escolas de forma mais aberta e franca. O debate é base fundamental para avançarmos na luta contra o preconceito. Porém ele existe, e continua violentando milhares de jovens e adultos. Por isso é necessário que os governantes e parlamentares aprovem mecanismo que punam e combatam a homofobia. Um grande passo nesse sentido seria a aprovação da PL 122 que criminaliza a homofobia e que desde 2006 tramita na câmara de deputados.