29 de abr. de 2011

DIA NACIONAL DE LUTA

Ato público unifica trabalhadores na defesa de direitos 


MANHÃ -Trabalhadores da prefeitura mobilizados
O dia nacional de luta contra a retirada de direitos – 28 de abril, no Rio Grande do Sul, foi marcado pela realização de um ato público unitário em frente ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho. A atividade também destacou o Dia Internacional do Trabalhador - 1º de Maio. Um dos coordenadores do ato, do carro de som, foi o presidente do Sindicaixa, Erico Correa, que saudou a participação da categoria na manifstação.

“Não somos nós que vamos pagar a conta, resolver com nossos salários, os problemas financeiros do estado”, declarou a presidente do CPERS/Sindicato Rejane de Oliveira, em crítica direta à proposta do governo de alterar a previdência estadual. Ela falou em nome do Fórum dos Serviodres Públicos Estaduais (FSPE/RS).

O movimento começou logo no início da tarde, quando educadores se reuniram no CPERS/Sindicato e, em caminhada, se deslocaram até o Largo Glênio Peres, onde encontraram servidores de outras categorias e trabalhadores da iniciativa privada.

Do Glênio Peres, também em caminhada, os manifestantes se dirigiram ao Palácio Piratini.

O
s manifestantes também deixaram claro que não aceitarão nenhum calote no pagamento das Requisições de Pequeno Valor (RPVs). Ao optar pela RPV, o servidor já ja abre mão de um direito, que é o de receber os seus precatórios.

O governo deve cortar privilégios de grandes empresas, que se beneficiam de recursos públicos quando são isentas de pagar o ICMS. Esse montante faz falta para a saúde, educação e segurança.

Se o pacote preparado pelo governo atingir direitos dos trabalhadores, a praça da Matriz será novamente ocupada. A advertência é das entidades que integram o Fórum dos Servidores Públicos Estaduais, organização que foi fundamental no enfrentamento aos ataques praticados pelo governo passado. 



PALÁCIO PIRATINI - Trabalhadores reivindicam e denunciam os ataques dos governos.



Texto publicado no site do Sindicaixa-RS, com informações deJoão dos Santos e Silva, assessor de imprensa do CPERS/Sindicato 


JORNAL CORREIO DO POVO - 29/04/2011














JORNAL ZERO HORA - 29/04/2011 


25 de abr. de 2011

20 de abr. de 2011

GRAVATAÍ


Trabalhadores da GM aprovam estado de greve

Em Assembleia Geral realizada na tarde da última segunda-feira (18), em Gravataí,  mais de 2 mil operários da General Motors deram uma demonstração de força e coragem da base metalúrgica na campanha salarial 2011.

Apesar da defesa da proposta pelo sindicato, que é filiado a Força Sindical, a proposta feita pela direção da GM foi rejeitada praticamente por unanimidade. Na mesma assembleia os operários aprovaram estado de greve.

A direção da empresa e os metalúrgicos não entraram em acordo quanto à pauta de reivindicações que inclui reajuste nos salários, abono e PPR. Enquanto a GM ofereceu R$ 6 mil e 200 de PPR os operários reivindicam R$ 7 mil. No abono, a empresa propõe R$ 2 mil e os operários querem R$ 2. 200. No reajuste salarial a reivindicação é de 12%, mas a  proposta da montadora é no máximo 9%.

Além da rejeição da proposta e da aprovação do estado de greve, ficou deliberado que a empresa deve apresentar uma proposta favorável até o dia 25 de abril. Se as reivindicações não forem atendidas até a data limite os operários entrarão em greve por tempo indeterminado.


19 de abr. de 2011

Pela cassação do deputado Bolsonaro

Cadeia para todos os racistas, homofóbicos e machistas!


Na noite de 28 de março de 2011 foi ao ar o programa da TV Bandeirantes intitulado CQC – (Custe o Que Custar), no qual foi apresentado uma entrevista com o deputado federal Jair Bolsonaro(PP-RJ).


No decorrer da entrevista, o referido parlamentar, ao ser indagado pela cantora e apresentadora Preta Gil “se seu filho se apaixonasse por uma negra, o que você faria? Eis a resposta literal do entrevistado: “ô Preta, eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o seu”.

Resposta esta, caracterizada por evidente cunho racista! O Sr. Jair Bolsonaro ao utilizar-se de um espaço midiático para propagar atos que configuram crimes, extrapola a liberdade de expressão para ofender a dignidade, a auto-estima e a imagem não só da pessoa que fez a pergunta naquele momento, mas de toda a sociedade, uma vez que os direitos e princípios constitucionais ofendidos pertencem à toda a sociedade.

A Lei 7.716, de janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, inclui, no seu Art. 20, “que praticar, induzir ou incitar a descriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional” é crime passível de reclusão de um a três anos e multa. Tendo em vista a possibilidade de sua ação ter uma consequência jurídica, o deputado vem tentando mudar o foco de racismo para uma ação homofóbica, já que a homofobia ainda não é criminalizada no Brasil. Contribuindo assim para manter na impunidade os praticantes de inúmeros casos de violência contra homossexuais em nosso país.

Por tanto a Secretaria de Negras e Negros do PSTU, vem a público manifestar todo o seu repúdio e indignação, a mais um, dentre tantos outros fatos de cunho racista, homofóbico e machista que ocorrem no cotidiano da população negra no Brasil. A diferença está em que este fato especificamente ocorreu com duas pessoas de destaque (artista e filha de ex-ministro e um político da esfera federal), além é claro, de ter sido veiculado em um programa de televisão de grande audiência.

E os outros tantos, que ocorrem no dia a dia?

Acabam por ser invisibilizados, pelo mito da democracia racial! E continuam sendo oprimidos e explorados pela precarização do trabalho e de serviços públicos como a saúde e educação, o desemprego, a falta de moradia, a pobreza e a miséria, causada pelos senhores do capital.

Por tudo isso, fazemos um chamado a todas as negras e negros, que não menosprezem ou secundarizem, o combate à descriminação. Uma luta que só pode ser travada em aliança com todos os demais setores explorados e marginalizados da população.

Os trabalhadores, os estudantes, as mulheres, gays e lésbicas, e os povos quilombolas e indígenas. Para o trabalhador pobre e negro morador da comunidade a lei é aplicada com severidade, o que não acontece com os membros da elite econômica e política da sociedade brasileira, onde crimes são considerados pequenos desvios morais ou em alguns casos, absurdamente, liberdade de expressão. O que expressa o caráter de classe e raça do Estado e consequentemente nos faz questionar para quem a justiça é cega.

Não há saída para a população negra dentro do sistema capitalista. É parte desta luta derrotar a burguesia e instaurar o socialismo em todo o mundo.

Por uma sociedade sem desigualdade, preconceito, injustiça. É por essas e outras que a luta anti-racista é e sempre será uma luta de raça e classe.

Secretaria Nacional de Negras e Negos PSTU

5 de abr. de 2011

ARTIGO - O retrato do preconceito


Nos últimos meses ficamos chocados com vários ataques machistas, racistas e homofóbicos. Cada caso demonstra o processo de degeneração da sociedade capitalista e a necessidade de repensarmos valores importantes para o desenvolvimento das novas gerações. Não existe espaço para todos e muito menos o direito à igualdade de oportunidades nessa sociedade.

Quem não se lembra do trabalhador que manteve prisioneira sua ex-companheira por cerca de 70 horas? Um fato que teve repercussão nacional e que não produziu a reflexão necessária. Afinal de contas, o que levou esse trabalhador a visualizar sua companheira como um objeto de sua propriedade? Essa concepção está intimamente ligada à formação da sociedade atual – que tem como base a propriedade privada – onde as mulheres foram renegadas a meras coadjuvantes no processo de construção e produção da sociedade capitalista. A mulher cuida da casa e dos filhos enquanto os homens trabalham fora. A conseqüência dessa realidade é que a cada dois minutos uma mulher é espancada no Brasil.

O racismo é algo tão nefasto quanto o machismo e também está conectado com o processo de formação da sociedade. No Brasil, há pouco mais de 12 décadas se vivia em plena escravidão legal. Essa história recente infelizmente gerou um impacto social que até agora não foi reparado. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, os negros e negras representam 69,3% dos 10% mais pobres e, apenas, 8,2% da camada constituída pelo 1% mais rico. Isso levando em consideração apenas os extremos, pois é sabemos que as periferias e o subemprego fazem parte da vida de grande parte da população negra em nosso país. Além dessas opressões de gênero, racial e sócio-econômica ainda temos que conviver com a opressão sexual.

A homofobia – um distúrbio psicológico que gera temor ou aversão aos seres humanos que se relacionam com outros do mesmo sexo – já assassinou em nosso país 260 pessoas no ano de 2010, considerando só os casos registrados. Segundo o antropólogo Luiz Mott, o risco de um homossexual ser assassinado no Brasil é 785% maior que nos Estados Unidos, sendo que este país já não é um bom exemplo de tolerância. O deputado Bolsonaro, ou Barossauro (um tipo de dinossauro que viveu entre 155 e 145 milhões de anos atrás nos Estados Unidos) apenas é um produto dessa sociedade degenerada, onde o respeito aos direitos humanos é timbre no papel e a hipocrisia é generalizada. Bolsonaro precisa ser punido com a perda do mandado. O lugar de pessoas como ele é na prisão.

Mas escrevo para comentar o susto que tive ao folhar as páginas da Zero Hora no último dia 04. Refiro-me à matéria “Vandalismo, drogas e sexo a céu aberto”, não por seu conteúdo escrito e sim pela homofobia disfarçada. O texto em si apenas afirma que o uso de drogas e o alcoolismo são uma realidade na juventude. Porém, as fotos que o acompanham revelam o verdadeiro preconceito. Faço uma pergunta para nossa reflexão: Qual o delito cometido pelos seis jovens que estavam se beijando nas fotos da reportagem especial? Para provar o flagrante e justificar o título que denuncia o vandalismo, drogadição e sexo explícito em uma das ruas mais conhecidas da capital, o jornal utilizou seis fotos, sendo que três delas apenas mostravam beijos e abraços. Para superar essa situação de drogadição entre os jovens os governantes devem tomar vergonha na cara e investir nas áreas sociais para disputar a juventude contra o tráfico. As vítimas do Sistema não podem ser culpadas ou criminalizadas pela sua situação. Homossexualidade não é sinônimo de vandalismo, drogadição e perversão.

Com a publicação dessas fotos neste contexto só posso chegar à conclusão que a Zero Hora fez um desserviço à luta contra a discriminação e ao combate à homofobia que mata e agride milhares de seres humanos todos os dias em nosso planeta. Este erro merece retratação!

Por Giovanni Mangia - Estudante e militante do PSTU
OBS: Artigo enviado ao jornal Zero Hora e que não foi publicado.