A rotina dos Porto Alegrenses foi alterada no dia 30 de Agosto.
Cedo da manhã as rádios já noticiavam que poucos ônibus circulavam na Capital
Gaúcha, e que o Tremsurb, metro que liga Porto Alegre a outras cidades da
região metropolitana, estava parado. Ainda era noite quando trabalhadores e
estudantes saíram às ruas para mobilizar as paralizações. Os rodoviários
pararam e muitas garagens ainda não tinham sua frota toda na rua no final do
dia. Os trilhos do metrô foram ocupados por sindicalistas e estudantes, muitos
colégios da rede estadual, que já estava em greve, aderiram mais fortemente ao
chamado e também paralizaram.
No início da tarde, depois de uma manhã de mobilizações, as
centrais sindicais, os partidos, as entidades do movimento estudantil e o
movimento social que chamaram o dia 30 aglomeraram-se em frente ao Palácio
Piratini (centro do governo) para cobrar do Governo Tarso Genro (PT) suas
reivindicações. Os professores em greve exigem o pagamento do piso, os
estudantes secundaristas o fim do Politécnico, os indígenas exigem uma posição
do governador sobre a demarcação das terras indígenas. Um fato que marcou a
tarde do dia 30 foi a dura repressão que os quilombolas e os indígenas, que
acampavam em frente ao Palácio do governo, sofreram. As cenas foram chocantes,
com mulheres, homens e crianças sendo atacados pela tropa de choque da brigada
militar que não economizou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os
manifestantes.
Segundo Vera Guasso, presidente do PSTU RS, Porto Alegre, mais
uma vez, realizou um grande dia de paralisações neste 30 de agosto. Estamos
acumulando forças para uma grande greve geral que paralise todo o país. Pois
desde as jornadas de junho com a juventude nas ruas e a paralisação
nacional de 11 de julho os governos, a começar por Dilma, passando por Tarso e
Fortunati, não querem ouvir a voz dos trabalhadores e da juventude. Viva a
classe trabalhadora em luta!