A trabalhadora de
Correios, Silvana Rackow Osório, 35 anos, foi assassinada a tiros em sua casa na cidade de Viamão, no dia 17 de
setembro, pelo ex- marido de 22 anos, que, após assassinar Silvana, também se
matou. O principal motivo de suspeita do assassinato seria pelo fato do
ex-marido não aceitar o fim do relacionamento.
Silvana estava em greve com seus colegas, lutando por condições dignas de
trabalho e melhor salário, em uma empresa onde as mulheres além de serem de
oprimidas, são exploradas e assediadas moralmente e sexualmente, inclusive
pelas chefias, o que garante impunidade, pois possuem as “costas quentes”, já
que têm inúmeras vantagens e benefícios que os trabalhadores, em geral
não têm - principalmente as mulheres.
Em Correios, existe um ataque às
mulheres, referente a possibilidade de retirada do auxilio creche, por isso,
elas vêm se organizando para barrá-lo. Os assassinatos às mulheres têm
aumentando absurdamente e não vemos política dos governos e da presidente Dilma,
para esta brutal realidade.
No último 7 de agosto,
a Lei Maria da Penha completou 7 anos. Trata-se, sem dúvida, de uma importante
vitória do movimento feminista brasileiro que durante muito tempo lutou para
que o Estado brasileiro reconhecesse o machismo e os seus crimes, assim como o
dever do poder público de proteger e amparar as mulheres vítimas de violência.
Porém, uma lei que não garante investimento acaba por virar letra morta e peça
de publicidade.
Todas as pesquisas
apontam um dado alarmante: seguem crescendo os homicídios e as agressões em
geral contra as mulheres. Inversamente, vemos o orçamento da Secretaria de
Políticas para as Mulheres (SPM) encolher. Em 2011, dos míseros R$ 114,4
milhões destinados à pasta, apenas R$ 47,4 milhões foram desembolsados. Já para
este ano, a dotação da SPM diminuiu para R$ 107,2 milhões, dos quais certamente
apenas uma fração será utilizada. A parte “economizada” deverá compor o
superávit primário, engordando ainda mais os cofres dos bancos na forma de pagamento
de juros e amortização da dívida pública.
É inadmissível que
com uma presidente mulher tenhamos que nos deparar com esta realidade
alarmante em que as mulheres estão inseridas. Só com muita luta e unidade da
classe trabalhadora é que vamos conseguir garantir vitórias e acabar com o
machismo. Dilma, em seu discurso eleitoral, utilizou o fato de ser mulher
e a necessidade de lutar contra o machismo e violência à mulher, porém se
elegeu e a violência continua avançando, o número de mulheres estupradas e
assassinadas continua crescendo. Tudo isto faz parte de um debate político
fundamental: Dilma escolheu governar para a burguesia e investir nos empresários, não em políticas públicas.
O sistema
capitalista anda lado a lado com o machismo, pois as empresas se utilizam do
machismo para oprimir, explorar e lucrar ainda mais com as mulheres que ganham
até 50% menos que um homem na mesma função. Nos Correios as mulheres sofrem
uma pressão intensa por parte das chefias, para que carreguem acima do peso
mínimo de carga (8 kilos), que façam horas extras, trabalhem aos sábados,
cumpram metas e enfrentem pressões e retaliações quando seus filhos adoecem e
precisam de acompanhamento médico. E agora, mais esse ataque ao auxilio creche.
Esta não é uma luta
somente das mulheres. É necessário unificar com os homens da classe
trabalhadora e lutar diariamente contra o machismo que mata todos os dias! É preciso construir
uma nova sociedade, uma sociedade socialista, onde homens e mulheres possam se libertar
das amarras do capitalismo e o lucro não esteja à frente de milhares de vidas.
Continuaremos nesta luta, levantando nossas bandeiras feministas classistas, ao
lado dos homens da classe trabalhadora. Estaremos lutando por Silvana e por
todas as mulheres trabalhadoras pelo fim do machismo.
Silvana, PRESENTE!
Katielle de Oliveira (Secretaria de mulheres do PSTU)
Katielle de Oliveira (Secretaria de mulheres do PSTU)