Uma das principais
reivindicações das jornadas de junho, educação pública de qualidade com
valorização dos educadores, alimenta a atual paralisação nacional que está
acontecendo no País. Em várias redes estaduais e municipais houve adesão à
paralisação, apesar da postura da direção da CNTE de não construir a
mobilização e não defender uma pauta consequente de defesa da educação e dos
educadores contra os ataques do governo Dilma, governadores e prefeitos.
A adesão parcial e desigual,
apesar e contra a direção da CNTE em vários lugares, se explica pela situação
de precariedade das condições de trabalho impostas em todos os lugares pelos
governantes, pelo descumprimento da Lei do Piso como básico das carreiras e a
sobrecarga de trabalho imposta sem o cumprimento de 1/3 de hora atividade como
prevê a própria lei do piso nacional. Lei esta que foi aprovada e sancionada no
governo Lula, já completamente deformada (sem a reivindicação histórica de
valor e de inclusão dos funcionários), que vem sendo descumprida por
governadores do próprio PT, como é o caso de Tarso Genro (RS) e que nos
últimos tempos esta sendo atacada pelo governo federal com reajustes que não
correspondem ao índice previsto. Lei esta que querem modificar tirando as
migalhas que ela representou quando de sua aprovação.
A paralisação nacional indica,
além da necessidade, a possibilidade de ter uma greve nacional da educação
básica por tempo indeterminado, coisa que a direção da CNTE se nega a chamar
pois seria uma luta contra a política educacional do governo Dilma, que a
direção da confederação defende de forma escancarada.
Sem a greve nacional por tempo
indeterminado a greve dos colegas do Rio Grande do Norte que começou em 29 de
janeiro, ou então de Alagoas que definiu continuar em greve depois dos 3 dias,
e outras redes que venham a estender a greve, ficarão isoladas e com menos
possibilidades de derrotar os ataques e conquistar direitos. Uma forte greve
nacional tem que ser construída em unidade com todos os setores, ouvindo os trabalhadores
e com pauta concreta. Uma Greve nacional não pode ser utilizada somente para
dizer que se fez algo uma greve nacional tem que ser para obter conquistas.
No Rio Grande do Sul, estado
em que o CPERS/Sindicato é oposição à política governista da direção da CNTE os
3 dias de paralisação estão sendo realizados com pauta especifica e com pontos
contrários a pauta da confederação como a contrariedade ao Plano Nacional de
Educação e a exigência de 10% do PIB Já para a educação pública,
bandeiras abandonadas pela confederação.
Por outro lado, é vergonhoso,
que os próprios setores da Artisindi, direção governista da confederação, como
é o caso da direção majoritária da APEOESP, não tenham construído e não estejam
fazendo a própria paralisação que eles definiram e marcaram. E que em outros
lugares dirigidos por esta direção atrelada ao governo petista também não
tenham paralisação geral dos 3 dias se restringindo a pequenas atividades.
Andrea Cezimbra Ortiz - vice presidente do CPERS e
da Secretaria Executiva da CSP/Conlutas - RS
Muito bem companheira Andrea, aqui em São Paulo a direção majoritária da Apeoesp PT/CUT ignorou os três dias de greve da CNTE, jogou a assembléia estadual da categoria para 28 de março. Ou seja, já enterrou nossa campanha salarial no principal Estado governado pelo PSDB, para blindar este governo na medida em que é o principal laboratório das políticas privatizantes e meritocráticas também hoje defendidas pelo governo federal. Boa luta para vcs ai no Rio Grande, a luta é nossa e a vitória também!!!!
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