PRESIDENTE
DO PSTU REUNE-SE COM GOVERNADOR TARSO GENRO (PT/RS) PARA TRATAR DE INQUERITO
POLICIAL CONTRA ATIVISTAS POLÍTICOS E SOCIAIS
O
governador do Rio Grande do Sul recebeu na tarde de hoje o presidente nacional
do PSTU, José Maria de Almeida, para tratar do inquérito policial encaminhado
pela Policia Civil ao Ministério Público. O referido inquérito acusa militantes
do PSTU (Matheus Gomes e Gilian) alem de militantes do PSOL e de organizações
anarquistas, de “organização de milícia”, responsabilizando-os por roubo de
patrimônio privado que teria ocorrido durante manifestações populares em Porto
Alegre. A companheira Vera Guasso, presidente do PSTU/RS participou da reunião.
Zé
Maria levou ao governador do Rio Grande do Sul a preocupação do PSTU com o processo
de criminalização das lutas sociais e dos ativistas e dirigentes destas lutas
que vem se alastrando por todo o país. E que, neste sentido, o inquérito em
pauta era exemplar: uma verdadeira peça de amalgama político, onde dirigentes
de organizações políticas e sociais que convocam uma manifestação popular são
responsabilizados por um roubo que aconteceu no decorrer da mesma. E tudo sem
que haja a mais mínima prova que vincule estes dirigentes ao roubo ou que dê
qualquer substancia à acusação. Trata-se de um inquérito montado em base a
mesma doutrina de segurança nacional usada pelos militares durante a ditadura,
isso 50 anos depois do golpe militar que instaurou o regime militar em nosso
país e 30 anos depois do seu final.
O
presidente do PSTU cobrou de Tarso Genro uma ação concreta do governo contra
este tipo de procedimento da polícia que é subordinada ao governo do estado. Afirmou
que procedimentos deste tipo por parte da polícia são inaceitáveis, mesmo nas
democracias limitadas como a que temos em nosso país, típica do capitalismo.
Lembrou que procedimentos assim também estão sendo adotadas pela polícia do
governo de São Paulo/PSDB, e do Rio de Janeiro/PMDB (alias, é importante
registrar que relatório da CPI da Câmara Municipal de Porto Alegre que tratou
do episodio da ocupação daquela casa legislativa, acusa e ataca várias
entidades sindicais pelo apoio prestado ao movimento - trata como crime, as
ações de solidariedade à luta e à reivindicação de redução do preço das
passagens e melhoria da qualidade dos transportes para a população
desenvolvidas por aquelas entidades).
O
governador afirmou que está acompanhando o desenrolar dos acontecimentos. Tarso
Genro ressaltou que “tem certeza de que as organizações envolvidas (PSTU, PSOL
e Anarquistas) não têm como modo de ação, nem orientam seus militantes a
promoverem ações de que estão sendo acusados os militantes indiciados no inquérito”.
No entanto alegou ter condições limitadas de interferência no inquérito. O
governador deixou aberto canal de dialogo sobre o assunto, ao mesmo tempo que
pediu para que se aguardasse o pronunciamento do Ministério público.
Vera
Guasso pediu ainda ao governador providencias sobre ameaças e atitudes de
intimidação que integrantes da Brigada Militar estariam adotando contra o dirigente
do PSTU, Matheus Gomes, um dos indiciados no inquérito.
O
PSTU, juntamente com as demais organizações atingidas pela arbitrariedade
representada por este inquérito, já iniciaram e vão dar curso a uma campanha
nacional e internacional para barrar mais esta tentativa de criminalizar os que
lutam em defesa dos direitos do povo.
Zé
Maria