Seguimos construindo uma greve geral que mostre a
força que têm os trabalhadores
Metalúrgicos, trabalhadores em educação, servidores públicos,
bancários, petroleiros, metroviários e rodoviários parados, com
paralisações parciais dos trabalhadores da informática. Foi assim
em Porto Alegre e em outras cidades gaúchas que se somaram às
mobilizações e protestos ocorridos de norte a sul do país nesse 29
de maio. Uma Paralisação Nacional que superou o dia 15 de abril e
constrói, junto com os trabalhadores, uma greve geral no Brasil.
O dia foi definido por várias centrais sindicais, dentre elas a
CSP-Conlutas, a CTB, a CUT e a Intersindical, além de inúmeros
movimentos sociais e entidades de todo o país. Essa unidade teve
objetivos comuns: ser contra as medidas do governo Dilma e do
Congresso Nacional que retira direitos e joga a culpa da crise nas
costas dos trabalhadores.
Em Porto Alegre todas as empresas de ônibus pararam no início da
manhã, mas a repressão policial – com aval e comando da justiça
burguesa – ameaçou os motoristas e cobradores e os fez voltar ao
trabalho. A Carris ainda se manteve até às 8h30 com os
trabalhadores e manifestantes enfrentando o sindicato e o Batalhão
de Choque. Na Trensurb, os trabalhadores descumpriram a ação
judicial e fecharam as portas das estações, parando 100% durante
todo o dia. Os trabalhadores em educação do estado aderiram à
paralisação e os servidores municipais que estão em greve há mais
de dez dias também estiveram presentes nessa luta.
Repressão policial em frente à Carris
Em Canoas, região metropolitana da capital, as empresas de ônibus
Sogal e Vicasa pararam boa parte da manhã e os petroleiros da Refap
trancaram a BR 116. Além disso, vários atos ocorreram nas fábricas
e metalúrgicas da cidade, fazendo com que a luta dos trabalhadores e
trabalhadoras ganhasse peso.
Vicasa e Sogal pararam
Os municipários de Novo Hamburgo, em greve há um mês, se
mantiveram firmes na luta e aderiram também à paralisação. Em São
Leopoldo não houve aula nas escolas e os professores se concentraram
em parte na frente da Prefeitura, enquanto muitos ocuparam, desde o
dia anterior, até o meio da tarde de sexta, o prédio da Secretaria
de Educação do município.
Os trabalhadores do transporte público de Passo Fundo, região norte
do estado, também foram protagonistas nesse dia, quando nenhum
ônibus das empresas COLEURB, CODEPAS e TRANSPASSO saiu das garagens
até o meio-dia.
Trabalhadores de Transporte pararam também em Passo Fundo
À tarde, um grande ato reuniu em Porto Alegre cerca de 5 mil pessoas
em uma manifestação que foi ganhando a adesão de diferentes
categorias durante a marcha pelo centro da cidade, saindo da
Fecomércio, na Alberto Bins e seguindo até o Palácio Piratini.
Ato no Centro de Porto Alegre
O PSTU esteve em todos os protestos, ao lado dos trabalhadores e
apoiando essas lutas. É dessa forma, parando o país, que vamos
juntos, trabalhadores e trabalhadoras, conseguir barrar os ataques
aos nossos direitos. Queremos a revogação imediata das MPs 664 e
665, e do ajuste fiscal do governo Dilma, bem como o arquivamento da
PL 4330 das terceirizações (que agora tramita no Senado como PLC
30).
Presidente Estadual do PSTU, Vera Guasso na Carris
Fazemos um chamado às centrais sindicais que são contra os ataques
de Dilma e da direita que rompam com os governos, sejam independentes
e estejam ao lado da classe trabalhadora em todas as lutas. Somos
completamente a favor de uma unidade de ação com as centrais
sindicais, desde que as mesmas defendam apenas os interesses dos
trabalhadores, com coerência entre o discurso e a prática. Para
tanto, é necessário que a CUT atue de maneira mais incisiva,
principalmente no setor industrial, mobilizando operários para lutar
contra os ataques dos governos e dos patrões. Vamos dar continuidade
a essa luta, exigindo que não retirem direitos tão duramente
conquistados por nós.
Seguimos agora construindo uma greve geral que mostre a
força que têm os trabalhadores!