No final da tarde dessa segunda-feira as tradicionais concentrações em frente ao paço municipal tiveram sua rotina alterada. Ali perto, a duas quadras, uma segunda concentração foi chamada no mesmo horário pelo Bloco de Lutas Pelo Transporte Público, reunindo milhares de pessoas.
A unidade da esquerda reuniu jovens e trabalhadores na luta contra os ataques do governo!
CPERS, DCE-UFRGS, DAs e CAs da UFRGS e da PUC-RS, ANEL, partidos políticos como PSOL e PSTU, anarquistas, coletivos estudantis, trabalhadores e estudantes independentes responderam ao chamado do Bloco de Luta Pelo Transporte Público e mesmo abaixo de muita chuva trouxeram suas bandeiras e faixas para o ato.
“A unidade do movimento social combativo e independente construída em torno ao Bloco de Luta pelo Transporte Público esmagou a tentativa da direita de desvirtuar a mobilização! Provamos aos que defendiam o fim dos atos que é possível continuar no caminho das conquistas para a juventude e a classe trabalhadora, se apoiando na força das ruas! Novamente, milhares foram pra rua e a faixa de abertura do ato dizia o seguinte: QUE OS RICOS PAGUEM A CONTA! E é isso que nós queremos, NENHUM DIREITO A MENOS, É A HORA DE AVANÇAR, QUINTA-FEIRA VAI SER MAIOR!” Declara Matheus “Gordo”, Coordenador do DCE-UFRGS, da ANEL e militante do PSTU.
A unidade da esquerda provou que é possível disputar os rumos das mobilizações, que o povo na rua não é uma massa sem consciência como os telejornais da grande mídia adoram mostrar. O povo na rua sabe quem são os responsáveis pelo alto preço dos transportes, pelo caos da saúde e educação.
Governador Tarso Genro (PT) reprimiu os trabalhadores!
Mais uma vez os milhares (estima-se mais de 30 mil) porto alegrenses que saíram às ruas para protestar foram violentamente reprimidos pela Brigada Militar, polícia gaúcha.
Ontem um fato histórico aconteceu na capital dos gaúchos. O povo foi impedido de seguir rumo ao Piratini, palácio do governo, para levar suas reivindicações. Mesmo no governo da ex-governadora Yeda Crusius (PSDB), onde os movimentos sociais foram duramente reprimidos, não foi negado esse direito democrático de reivindicação em frente a sede do governo.
Em torno do palácio Piratini foi montado um aparato de guerra, digno de momentos muito tristes de nossa história, como foi a Ditadura Militar.
Na impossibilidade de seguir rumo ao Piratini sem que houvesse confronto, os manifestantes desciam a rua Borges de Medeiros quando foram encurralados pela polícia. Foram covardemente atacados com dezenas de bombas de gás lacrimogêneo jogadas no meio da multidão, como mostra o vídeo abaixo, causando pânico na multidão.
Tal ato teve como objetivo acabar com a manifestação de forma sumária! Depois das bombas veio a cavalaria da Brigada Militar que “caçou” os manifestantes nas ruas. Os primeiros informes apontam para mais de 100 detenções.
Assim como no dia 20, a noite em Porto Alegre foi de muito medo. O governo de Tarso (PT) tomou a mesma postura do governador Alckmin (PSDB) que no dia 13 de junho reprimiu com toda força os manifestantes em São Paulo, impedindo-os de continuar com seu ato.
“Bombas de gás lacrimogêneo nunca resolveram as questões sociais”, diz a presidente do PSTU-RS Vera Guasso, e continua: “os trabalhadores até podem voltar para casa hoje com medo da polícia, mas os problemas continuando eles continuarão nas ruas. A Luta vai crescer! Quinta-feira é dia da classe trabalhadora entrar em cena!”
Quinta-feira será maior! Entidades sindicais e do movimento social convocam dia nacional de luta para 27 de junho.
A juventude brasileira deu o exemplo e foi às ruas protestar contra o preço e a qualidade do transporte coletivo nas grandes cidades. Desencadeou com isso um amplo processo de mobilização popular que sacudiu o Brasil nos últimos dias.
Todo este processo de mobilização já conquistou vitórias importantes, como a redução do preço das tarifas em várias cidades. No entanto, a luta deve continuar, precisamos transformar esta vitória na primeira de uma série de muitas outras.
Para isso é muito importante que a classe trabalhadora entre de forma organizada nesta luta, trazendo suas reivindicações e cobrando dos governos o seu atendimento.
São estes governos, do federal aos municipais, os responsáveis pela situação em que se encontra o país e vida do nosso povo. Por esta razão a CSP-Conlutas, e as entidades que compõem o Espaço de Unidade de Ação, estão convocando seus sindicatos, movimentos populares e organizações estudantis, a organizarem uma dia de lutas em todos o país, no dia 27 de junho.
A ecessidade do momento é generalizar iniciativas para por nossa classe em luta, organizar uma greve geral que possa obrigar o governo Dilma, os governos dos estados e dos municípios a atender as demandas dos trabalhadores e da juventude.