Na assembleia dessa noite, os
ocupantes deliberaram por continuar ocupando o plenário da Câmara de Vereadores
e construir nesse final de semana um seminário para construção de uma proposta
popular para o Passe Livre e a maior transparência das contas das empresas de
ônibus.
A proposta do Bloco de Lutas pelo Transporte 100% Público
Ainda era cedo da manhã quando
integrantes do Bloco de Lutas reuniram-se para construir uma proposta de
reivindicações a ser apresentado para os Vereadores da Capital. A proposta
entregue tinha como principais pautas o comprometimento formal dos vereadores
com a votação do passe-livre municipal, a abertura das contas das empresas de
ônibus, a realização de audiências públicas para avaliar as constas e a quebra
do sigilo bancários dos donos das empresas de ônibus.
As pautas foram entregues em mãos
em ato público para dois representantes da Casa, entre eles o Presidente da
Câmara, Thiago Duarte, colocando o prazo de resposta para segunda-feira (dia
15).
A contra proposta dos Vereadores
Os vereadores construíram uma
contra proposta apresentada para o Bloco no final da tarde. Os parlamentares
tiveram pressa em responder as reivindicações do bloco, mas parece não terem
pressa em coloca-las em prática. No ato de entrega, os ocupados colocaram que
tal resposta só seria analisada no final da tarde, em Assembleia Popular, com
todos os manifestantes presentes.
Foi no final da tarde também que
a presidência da Câmara, junto com o Jornal Zero Hora, tentou construir um factoide,
criminalizando o movimento e abrindo espaço para um pedido de reintegração de
posse. Esse jornal noticiou em sua página online que o Vereador Thiago Duarte
teria sido agredido, juntamente com um fotógrafo da casa, por manifestantes. A
notícia colocava que os ocupantes teriam proferido chutes e ponta pés ao
parlamentar. Porém, o tiro saiu pela culatra, e a tentativa de manipulação foi
logo desmentida (inclusive com vídeo do momento) e a matéria foi sutilmente
modificada.
Uma assembleia mais forte, mais política e com muita unidade!
O factoide construído no final da
tarde tinha o objetivo de também dar argumentos a segurança da Câmara de
Vereadores para aumentar a repressão aos ocupantes. Às 18 horas quando vários
jovens e trabalhadores chegavam a “Casa do Povo” para a assembleia do movimento
depararam-se com os portões fechado. Como colocado, o tiro saiu pela culatra, a
ação perpetrada para diminuir a ocupação só fez aumentar a rede de
solidariedade e aos poucos mais e mais pessoas aglomeravam-se nos portões da
Câmara. De dentro, os ocupantes impedidos de sair também tencionavam e às 19
horas os portões foram novamente abertos. Os que chegavam no plenário viam um
grupo com tambores e muita agitação cantando: SOMOS, SOMOS O POVO E O PASSE
LIVRE OS RICOS VÃO PAGAR.
Com o plenário cheio, deu-se
inicio a assembleia com informes de vários sindicatos e colocou-se para debate
a proposta apresentada pelos parlamentares. O Bloco
solicitava a imediata abertura das contas e o comprometimento real da Casa com
a pauta do passe livre. A resposta dos parlamentares foi considerada insuficiente,
vaga e dissociada da vontade das ruas. Assim, deliberou-se pela continuidade da
ocupação, com a realização de um seminário aberto no sábado e no domingo para
construir uma proposta popular de passe livre e de transparência nas contas das
empresas de ônibus, que será apresentada em ato-assembleia na segunda-feira.
Vera Guasso, presidente do PSTU RS, fazendo saudação pelo SINDPPD
Matheus "Gordo", militante do PSTU RS e da ANEL, intervindo na planária
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plenário.