Resposta a carta de Tarso Genro ao
PSTU
Governador Tarso
escreve carta, mas não adota nenhuma medida prática para acabar com a
criminalização dos lutadores
Há 2 meses a
polícia invadiu casas de militantes do PSTU, do PSOL, anarquistas e
independentes que faziam parte do Bloco de Lutas como parte de sua política de
criminalização das lideranças das jornadas de junho.
Em audiência com o
governador naquela ocasião o PSTU denunciou o absurdo cometido e exigiu que
anulassem os inquéritos e perseguições políticas a todos os envolvidos. Durante
a audiência o governo tentou descaracterizar que estava acontecendo
criminalização das lideranças das manifestações de rua que sacudiram Porto
Alegre e o Brasil. Na ocasião o governo disse que em 15 dias iriam se
pronunciar.
Passados dois
meses, nesta quinta-feira (5/12) o secretário de segurança, representando o
governo, entregou uma carta de 5 páginas a Vera Guasso, presidente do PSTU
Gaúcho, em audiência. A carta elenca elogios a segurança pública gaúcha pela
forma como tratou as manifestações. Em segundo lugar diz que tudo está
ocorrendo dentro da lei e destaca que cada órgão age de forma independente e
com autonomia. Por fim, o governo diz que vai continuar as investigações e
manterá futuros processos decorrentes dos inquéritos e investigações em
andamento.
Toda a resposta
está baseada em uma defesa da política de segurança pública do Governo Estadual
e da atuação da Brigada Militar e da Polícia Civil. Em nenhum momento o governo
justifica a invasão da casa de militantes devidamente conhecidos como
lideranças das manifestações. Não explica como levaram dos locais e das casas
materiais políticos, computadores e livros. Também não explica como os comandantes
maiores das forças de segurança, no caso o secretario de segurança e o próprio
governador, não sabiam, como declarado por eles, do que estava acontecendo.
A resposta do
Governo Tarso mostra mais uma vez como o PT foi abandonando a luta dos trabalhadores
e da juventude e se vinculando cada vez mais aos interesses da burguesia e dos
aparelhos de repressão do estado.
De nossa parte
continuamos exigindo o fim da criminalização dos movimentos sociais e das
lideranças políticas que estão sendo investigadas e processadas.
Fim dos inquéritos imediatamente.
Desmilitarização da Política Militar.
Devolução imediata dos computadores e demais
materiais apreendidos nas casas dos militantes.