(Foto Mateus Bruxel - Agência RBS)
Tem sido notícia em quase todos
os veículos de comunicação a reação dos servidores estaduais ao parcelamento de
salários e os projetos de ajuste fiscal do governo Sartori. Pode passar na
cabeça de muitos trabalhadores que as medidas de ajuste fiscal antingem apenas
os servidores públicos. A verdade é que atinge o conjunto da população e seus
efeitos imediatos a partir do corte das verbas sociais e a política de arrocho
salarial atinge primeiro os mais pobres, que utilizam os serviços públicos e
necessitam da saúde pública, da educação e de moradia.
Existe um vasto campo para
pesquisar os efeitos já sentidos do ajuste fiscal de Sartori/Dilma. Basta ir aos
hospitais que atendem o SUS que estão com verbas atrasadas pelo não repasse do
dinheiro pelo estado que já totaliza cerca de 120 milhões de reais. Alguns
hospitais já estão se negando a atender o SUS e outros já funcionam em piores
condições.
Poderíamos ir também nas escolas
do Rio Grande do Sul que estão com atraso das verbas para a manutenção e
funcionamento básico da escola e também do transporte escolar. Muitas escolas
já se encontram quase sem condições de funcionamento.
Neste artigo optamos por
denunciar o que aconteceu essa semana em Sapucaia do Sul e expressa um dos
aspectos mais perversos do corte de gastos que Dilma e Sartori vem aplicando
que prejudica acima de tudo os mais pobres que ficam sem direitos mais básicos de
existência como o direito a ter um lar para viver.
Os moradores que viviam as margens
da ERS 118 foram retirados das casas que viviam para concluir a duplicação da
estrada e passaram a receber um aluguel social para garantir seu direito básico
de viver em uma casa com sua família. Esse acordo foi feito a cerca de 1 ano
atrás e realizado pela Secretaria Estadual de Educação(SEHABS) em conjunto com
os municípios de Sapucaia, Chachoeirinha e Gravataí.
Passados mais de um ano da
retirada das famílias das suas casas, as obras de duplicação da RS estão
paradas por causa do corte de gastos e o governo Sartori atrasou o pagamento do
Aluguel Social de cerca de 500 reais para as famílias que perderam suas casas.
Desde quinta-feira(20/08) vem
ocorrendo diariamente protestos nas margens da estrada com queimas de pneus e
fechamento total nos dois sentidos da rodovia. Os moradores se revoltaram,
foram para as ruas e protestaram contra a política de ajuste do estado que
atrasou o pagamento do aluguel social.
Abel Moraes, Metalúrgico e dirigente
do PSTU , vive em Sapucaia a mais de 20 anos,
é morador do bairro Capão da Cruz, as margens da RS 118 e esteve presente
nos protestos, dá sua opinião sobre as manifestações: “ o governo deveria pagar
até o dia 10 de agosto o aluguel social para cerca de 800 famílias que saíram
das suas casas para a duplicação da RS-118. Esse aluguel custa cerca de R$ 450
mil reais ao cofres do governo. O não pagamento do aluguel social atinge cerca
de 4 mil pessoas. Eu vi muita revolta na população pelo descaso do governo
Sartori. Como se não bastasse a promessa é pagar até o dia 29 de agosto, 60% do
valor do aluguel”.
Ocorreu uma grande mobilização dos
servidores estaduais com mais de 35 mil pessoas nas ruas e uma greve de 3 dias
muito forte apesar do corpo mole da direção da CUT. Tudo indica que teremos uma
nova greve de 4 dias a partir do dia 31 de agosto. As manifestações populares
em Sapucaia são parte da luta contra os efeitos da crise. Acreditamos que no
próximo período acontecerá cada vez mais lutas como essa porque os efeitos do
ajuste vão atingir o conjunto da população e podem gerar manifestações
populares. O PSTU apoia essas mobilizações e exige que Sartori pague
imediatamente o Aluguel Social para todas as 800 famílias. É preciso unificar
as lutas dos trabalhadores contra o ajuste de Sartori e Dilma para derrotar a
política de colocar os trabalhadores para pagar os efeitos da crise.
Todo apoio a luta das famílias pelo
direito ao Aluguel Social !