22 de nov. de 2013

Porque que rompemos com a VII Marcha Zumbi!

Após as jornadas e junho e julho nada será como antes nem hoje nem a manhã
    Por mais de 2 meses nós, da Secretaria de Negros e Negras do PSTU construímos conjuntamente com setores da CSP Conlutas, Quilombo Raça e Classe, ANEL, CUT, do Movimento e sindicatos como SINDSEF e o SINDSPREV a VII Marcha Zumbi. Os materiais de divulgação, a arrecadação financeira para as faixas, o transporte, a alimentação das crianças que abriram a marcha, foram frutos dessa unidade de ação. Acordamos conjuntamente todos os processos, desde a presença da bandeira dos partidos, até a composição da direção do ato, do carro de som e a divisão igualitária das falas. Houve um acordo unânime, após as jornadas de junho e julho e a perseguição e prisão de militantes e ativistas pela polícia mandada pelo governo, que nenhuma representação de governo teria espaço em nossas falas e a nossa segurança seria feita por nossos militantes.
      Mas nesse dia 20 de novembro de 2013, em plena marcha, fomos surpreendidos por um setor governista chefiado por um ex-militante do PCdoB e da Unegro, o qual tomou de assalto à direção do ato e do carro de som, coagindo nossos militantes com práticas machistas e autoritárias, oportunizadas pelo seu tamanho físico e pela presença de indivíduos da Secretaria de Segurança Pública. O fato foi tão aberrador que quem conduziu o carro de som foi um policial a paisana que não deixou nem a nós, nem a CUT ou qualquer outro membro da coordenação da marcha ter voz no ato coletivo que as organizações passaram meses construindo.
      Vários ativistas ao peticionarem sobre o absurdo que estava ocorrendo, receberam ameaça do policial infiltrado que dizia que podia dar voz de prisão frente ao desacato, e  que conhecia cada um de nós, pois nos havia mapeado em atos anteriores.
        Como se esses fatos até aqui relatados já não fossem a expressão da maior violência e decadência que as antigas direções do movimento negro pudessem demonstrar, ao chegarmos no final da marcha e nos organizarmos para o ato, o tal ex-militante do PCdoB e da UNEGRO chamou ao palco todas as representações do governo e não nos deu a palavra, coagindo-nos com seu autoritarismo, ao mesmo tempo que gritava por democracia em torno da questão racial.
       Companheiros e Companheiras, nós militantes da Secretaria de Negros e Negras do PSTU vimos denunciar o papel nefasto a que se prestam essas direções antigas do movimento negro, que traem as nossas causas não mais apenas no parlamento, como vimos na aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, ou por meio da cooptação pelos governos Tarso, Lula e Dilma, como vemos na SEPPIR, mas agora diretamente no que nos é mais caro em nossa própria organização para luta anti-racista e contra a exploração capitalista.
     Não há como ser consequente com as questões de luta que negros e negras trabalhadores necessitam em nosso país, se não rompermos definitivamente com estas direções traidoras, autoritárias e machistas. Como podemos lutar contra as desocupações feitas nas periferias pela vinda da copa? Como lutarmos contra o genocídio da juventude negra e a violência contra a mulher negra? Como exigir melhores condições de trabalho e salário igual, lutar pelas terras de quilombos e pelo fim do assassinato de quilombolas, com estas direções que fazem apenas o que os governos do PT dos “mesaleiros”, da direita latifundiários e Ruralistas como PDT, PSDB, PMDB e outros, mandam em nome da burguesia branca que explora, domina e oprime negros e negras e brancos trabalhadores?
            Já vimos este feito na historia negra quando Gangazuma traiu os quilombolas e Zumbi e se vendeu para a Coroa Portuguesa por um quinhão de terra. Mas assim, como Dandara e Zumbi resistiriam e perderam suas vidas na luta, resistiremos aos capitães do mato, aos governantes do Frente Popular, seja no Estado ou no Governo Federal e à Direita de Plantão, como o PDT na Prefeitura do Fortunati.
Somos mais, somos mais fortes e eles não nos vencerão.
Somos Guerreiros e Guerreiras da tradição de Palmares.

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