28 de jun. de 2012

Rebele-se contra a Homofobia!


Rebele-se contra a Homofobia!

Foi nos arredores de Greenwich Village, área residencial da cidade de Nova Iorque/EUA, que há exatos 43 anos aconteceu a “Rebelião de Stonewall” que durou 4 dias. Embaladxs pelo “maio francês de 68 - a maior onda de conflitos políticos simultâneos em diversos continentes – em 28 de junho de 1969 Lébicas, Gays e Travestis freqüentadorxs do bar Stonewall Inn deram um basta a sua situação de opressão e colocaram para correr a polícia, que tinha como política livrar a cidade dos “indesejáveis”.

Xs “indesejáveis” eram na verdade aquelxs que não tinham mais nada a perder, pois ao assumir sua sexualidade nos EUA do final dos anos 60 sofriam todo tipo de perseguição e repressão. Após serem expulsxs de casa, demitidxs de seus empregos e submetidxs a todo tipo de privação possível não lhes restavam mais nada, apenas lutar! E o que se viu naqueles dias do meio do ano de 69 foi a maior revolta LGBT da história moderna, contando com o apoio de todo movimento de contracultura e contra opressões como os Panteras Negras.

Um ano depois, mais de 10 mil homossexuais marcharam pela cidade comemorando o primeiro aniversário da rebelião de Stonewall e reafirmando sua capacidade de organização para lutar por seus direitos.  A partir de então, o dia 28 de junho passou a ser o dia do Orgulho Gay e o exemplo foi seguido em diversos países. Nesse dia, os homossexuais afirmam sua história de resistência e combate à homofobia. Com isso, surgiram as paradas e o movimento homossexual atual, que impôs transformações à sociedade, derrubou leis anti-homossexuais e conquistou alguns direitos em diversos países.

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Aqui no Brasil, 43 anos depois, no mesmo dia em que comemoramos o dia do Orgulho Gay a câmara dos deputados coloca para discussão o ultrapassado tema da “Cura Gay”, impulsionado por João Campos do PSDB/GO, líder da bancada evangélica. Tal discussão só reafirma o que há muito tempo já havia sido superado graças a luta do movimento LGBT junto a pesquisadores e cientistas que em 17 de maio de 1990 conquistaram a exclusão da “Homossexualidade” da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde(CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A ofensiva homofóbica no Brasil causou 266 mortes por crime de ódio somente em 2011. A cada 33 horas um homossexual brasileiro é assassinado. A apenas 4 dias atrás na Bahia dois irmãos foram assassinados ao andarem abraçados na rua por um grupo de oito homofóbicos. Em Porto Alegre a situação não é diferente, há agressões e mortes todas as semanas. Vemos também a perseguição aos bares assumidamente LGBT’s.


O dia 28 de junho deve ser lembrado por nós LGBT’s como um dia de luta e de organização. Devemos construir Paradas que não estejam a serviço de Governos e Empresas, temos que estar junto a classe Trabalhadora na luta contra a opressão e exploração e avançarmos mais nas conquistas da Rebelião de Stonewall.

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Diante desse quadro faz-se urgente e necessário avançarmos na luta contra a homofobia. Por isso a Frente Política PSTU/CS - POA está junto com outras organizações construindo a campanha ”Todos pela Criminalização da Homofobia”.
































24 de jun. de 2012

Matheus “Gordo”: Pré-candidato a vereador pela juventude da frente PSTU/CS




No dia 30/06, a Frente Política entre o PSTU e a Construção Socialista (CS) vai realizar a sua convenção e o ato político de lançamento da candidatura de Érico Correa para prefeito de Porto Alegre, a partir das 15h no Plenário Ana Terra da Câmara Municipal. Também serão apresentados nossos candidatos a vereador, representantes das lutas e dos movimentos sociais, que defenderão as propostas políticas da classe trabalhadora e da juventude, construídas no calor das mobilizações!
Esse é o espírito da pré-candidatura de Matheus Gordo, 20 anos, estudante de História da UFRGS e membro da Secretaria Nacional de Juventude do PSTU. Temos ido todas as quartas-feiras à Esquina Democrática para que nossos pré-candidatos conversem com a população. Confira a entrevista com Matheus, organizada pelo Blog do PSTU Gaúcho:



PSTU Gaúcho: Como tem sido a sua trajetória no movimento estudantil/político e por que você foi escolhido para ser o candidato da juventude do PSTU ?

Matheus: Iniciei minha participação no movimento estudantil em 2008, quando estudava no Ensino Médio e estava no 3° ano, durante as lutas contra a governadora Yeda. Na mesma época entrei para a Juventude do PSTU e hoje faço parte da organização da nossa frente política com a CS. Em 2009, passei na UFRGS, fiz dois semestres de Ciências Sociais, mas depois troquei para Licenciatura em História. Participei da fundação da Assembléia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL) em 2009 e atualmente sou membro do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e representante discente no Conselho Universitário da UFRGS. Também construo o Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe em conjunto com jovens e trabalhadores negros ligados a CSP-Conlutas.

O PSTU/A juventude do PSTU tem uma militância que se realiza durante os 365 dias do ano. Estamos cotidianamente construindo as lutas da juventude contra a opressão e por acesso pleno à educação e à cultura em oposição aos governos. Nas eleições, eu acredito que é necessário apresentar uma alternativa política socialista, revolucionária e construída de forma coletiva com os movimentos sociais. A injustiça social/racial que reina no Brasil não é diferente em Porto Alegre e os jovens são os principais afetados sendo obrigados, na maioria das vezes, a abrir mão dos seus sonhos para se contentar em “apenas” sobreviver nessa sociedade desigual. Não queremos ficar só no “blá-blá-blá”. Faremos uma campanha para fortalecer as lutas que estão rolando como a Greve Nacional em defesa da Educação que já paralisa docentes, técnico-administrativos e estudantes do Brasil inteiro. Vamos pautar a necessidade de uma transformação social radical em Porto Alegre.

PSTU Gaúcho: A juventude do PSTU sempre traz à tona nas eleições temas polêmicos e pautas pouco abordadas pelas outras candidaturas. Quais serão as principais propostas e discussões que você irá apresentar nessa eleição?

Matheus: Na realidade temas polêmicos, como a legalização da maconha, são os debates que os jovens fazem todos os dias, mas que não tem espaço na mídia e não interessam a velhos políticos e partidos do poder. Em primeiro lugar, minha campanha será diferente, pois não vamos apresentar “soluções milagrosas” para a juventude como fazem todos os candidatos. Iremos apresentar no rádio, na TV e em nossos materiais a verdadeira realidade da capital, afirmando que um jovem vereador revolucionário na Câmara pode cumprir um papel importante denunciando para a população as falcatruas dessa falsa democracia, fortalecendo a organização dos jovens e sendo um porta-voz e um ponto de apoio das mobilizações e ações diretas, que são a única forma de mudar a realidade.

Vamos denunciar a situação da juventude negra, vítima do racismo e da violência policial, que é privada do acesso à educação básica e superior. Vamos defender a juventude LGBT pautando a criminalização da homofobia e o fim do desrespeito da prefeitura, que manda a polícia ameaçar os frequentadores dos bares na Cidade Baixa. Queremos discutir a questão da legalização e descriminalização do aborto, além de propostas para dar um fim à violência machista na capital, pois infelizmente cresce o número de jovens assassinadas por aqui. Vamos propor a prisão dos corruptos e corruptores, mandatos revogáveis na Câmara e que nenhum político receba mais que um trabalhador comum. Enfim, a “nossa cara” são as propostas radicais!

PSTU Gaúcho: O que significa fazer uma “campanha diferente” e como será organizada?
                                                                                          
Matheus: Uma “campanha diferente” nos dias de hoje é sinônimo de uma campanha independente! Temos orgulho de ser a única frente política que não aceitará dinheiro das empresas, pois até o PSOL já naturalizou essa prática. Hoje os parlamentos são verdadeiros “balcões de negócios” e isso começa nas campanhas, quando as empresas financiam os partidos, que elegem seus prefeitos e vereadores com o discurso de que são representantes do povo e dos jovens, nada mais mentiroso! Sabemos que “quem paga a banda escolhe a música”, por isso vemos corrupção e políticos que governam somente para os ricos. Nós temos um perfil, que é o da classe trabalhadora, portanto organizaremos tudo com o empenho da nossa militância e dos apoiadores. Ninguém vai receber dinheiro para fazer campanha, diferente de como será nas candidaturas de Manuela , Fortunatti e Villaverde.

PSTU Gaúcho: E como entrará o debate sobre o socialismo? Muitas vezes ele é tratado como utopia ou é identificado com quem está já está no poder, como Manuela. O que você pensa sobre isso?

Matheus Gordo: É um tema importante. As propostas e a forma de organizar a campanha são a materialização do nosso projeto político, ou seja, vamos defender o programa socialista aplicado aos problemas concretos da vida das pessoas. Esse programa é a expressão das necessidades de um setor da sociedade constituído pela classe trabalhadora, pela a juventude e pelo povo oprimido, ou melhor, os 99% que eram a referência do Ocuppy Wall Street. Não há como ser socialista e defender aliança com o PP de Maluf e de Ana Amélia, assim como o PC do B e o PT; não há como ser socialista e reprimir com violência quem pede aumento salarial ou protesta por mais verbas para a educação; não existe socialismo massacrando comunidades quilombolas e ocupações populares como o Pinheirinho; enfim, não existe socialismo governando com bancos, multinacionais e latifundiários. Dilma e a sua base, que inclui Manuela e Fortunatti, comemoraram na última semana que nosso país chegou à marca de 165 mil milionários. No entanto, o Brasil tem quase 200 milhões de habitantes e o restante da população como está?

Esses aí não representam o socialismo, apenas sujam essa bandeira e fortalecem a falsa ideia da utopia! Acredito que o socialismo não é uma utopia. Acho que utopia é acreditar na possibilidade de que a gente possa resolver os graves problemas sociais por dentro do capitalismo, o mesmo sistema que gerou esses problemas. O socialismo não é só possível, como é a única alternativa contra a barbárie que vivemos dia-a-dia e a juventude é fundamental na construção dessa alternativa, por isso deve estar junto com os trabalhadores! O que está acontecendo na Europa, no norte da África e no mundo árabe é a prova de que o povo na rua pode transformar a realidade. O socialismo deve ser identificado com esses processos e nossa referência esta aí, pois queremos o povo controlando o sistema político e econômico de fato!

PSTU Gaúcho: Já que estamos no início da campanha, em vez de pedirmos uma mensagem final, gostaríamos de suas palavras iniciais aos internautas,  jovens e trabalhadores da capital!

Matheus: É apenas o começo mesmo. Aliás, utilizaremos bastante à internet nessa campanha, já que ela é um meio de comunicação democrático, diferente da TV e do rádio, onde somente os partidos da elite aparecem. Desde já quero chamar todos os jovens que participam do movimento social para construir a nossa plataforma política e participar das discussões da Frente Política PSTU/CS. Essa frente é a grande novidade da esquerda gaúcha e já cumpre um papel muito importante nas lutas de diversas categorias como os professores do estado, os metroviários, os bancários, os trabalhadores do setor da informática e um longo etc. Convoco todos àqueles, que acreditam que é possível construir uma nova sociedade, a conhecerem a frente e apoiarem a pré-candidatura de Érico Correa para a prefeitura da capital. Faremos uma campanha limpa, em todos os aspectos, mas acima de tudo, uma campanha “pra cima” e muito militante. Conto com o apoio de geral!