18 de nov. de 2013

Ritmo de trabalho e endividamento são as principais fontes de estresse

Uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association no Brasil (Isma BR) em Porto Alegre apresentou dados sobre o nível de estresse nos porto-alegrenses. Segundo a pesquisa, a principal causa do estresse é decorrente do trabalho. O estresse causa um impacto significativo na vida de milhões de trabalhadores, por isso não deve ser encarado de uma forma desassociada do ritmo de trabalho a que os trabalhadores estão sendo submetidos. A sobrecarga de trabalho, as metas abusivas e o assedio moral crescem sem parar.  

Alem do ritmo de trabalho, outro elemento que sistematicamente preocupa as famílias é o endividamento que consome aproximadamente 43% da renda familiar; estes são dois elementos centrais para piorar a qualidade de vida das pessoas. Outra pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que 62% dos consumidores pretendem acertar suas contas com o 13° salário. O que já foi uma renda extra está cada vez mais comprometida com o pagamento de dívidas. A cada ano que passa aumenta o numero de famílias que dedica maior parte de sua renda para pagamento de dívidas e isso é um elemento central na preocupação dos trabalhadores.  

O mito do crescimento do bem estar dos trabalhadores que é colocado pelos governos é um engano, temos uma mudança inclusive na massa salarial. No Brasil, entre 2000 e 2010, foram criados 20 milhões de postos de trabalho com carteira assinada de até 1,5 salário mínimo. Mas, no mesmo período, foram extintos outros 4 milhões de empregos que pagavam três salários mínimos ou mais, ou seja, além do endividamento e da sobrecarga temos um rebaixamento nos salários.

Como resultado, apresenta-se uma classe trabalhadora mais endividada e explorada, com números alarmantes em relação aos impactos que isso causa nos trabalhadores. A pesquisa da Isma BR aponta que em Porto Alegre 64% das pessoas responderam que maior fonte de estresse está relacionada  à vida  profissional contra 36% da vida pessoal. Outras perguntas de múltipla escolhas que foram respondidas pelos entrevistados apontaram que as causas do estresse seriam 71% Falta de Tempo (Longa jornada de trabalho e excesso de tarefas), 58% Violência, 53% Relacionamentos pessoais e 47% Problemas financeiros.

Em outro bloco de perguntas de múltipla escolha também foi respondido de que forma as pessoas lidavam com o estresse, e as respostas mostram que 57% lidam com medicamentos e 46% com bebidas alcoólicas, 43% come mais, e 42% através de atividades sociais. O Consumo de  medicamentos e bebidas alcoólicas mostram os impactos que o estresse mas principalmente o ritmo de trabalho e endividamento,  causam na saúde dos trabalhadores. 

  Outro bloco de perguntas mostrou de que forma o estresse afeta a vida das pessoas, 68% respondeu com cansaço, 53% irritação, 51% insatisfação, 44% desmotivação e 34% adoece com freqüência. Alem do uso do álcool e medicamentos, existe um impacto permanente no comportamento das pessoas:  o suposto bem estar dos trabalhadores, que está sendo dito aos quatro ventos, não existe.  

O ritmo de trabalho e o endividamento que causam impactos significativos na vida dos trabalhadores estão a serviço da superexploração que os empresários impõem. Os governos, por sua vez, de uma forma geral são não são só cúmplices dos empresários, mas também são sua mola propulsora, atacando direitos trabalhistas e arrochando salários dos servidores. 

Dilma, Tarso e Fortunati dão milhões para os bancos, enquanto oferecem migalhas para os estudantes e trabalhadores. Os empresários “nunca antes na historia desse pais lucraram tanto”. Por isso nós lutamos para derrotarmos os ataques que os governos vem promovendo aos trabalhadores, mas principalmente para lutarmos para que o lucro não esteja acima do bem estar dos trabalhadores que adoecem e perdem sistematicamente qualidade de vida para gerar lucro para um punhado de empresários. É preciso barrar os ataques, e lutar para avançar em direção a uma sociedade Socialista onde a produção esteja a serviço da população e não do lucro, pois no capitalismo não se trabalha para viver, mas vive-se para trabalhar.

Lucas Sena

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